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"There is nothing to writing. All you do is sit down at a typewriter and bleed"
Olá olá!
Respirem bem fundo porque este capítulo pode vir a ter algumas reviravoltas.
A imagem já é algo sugestiva, mas não conta tudo ;)
E não morram no final do capítulo, por amor de Deus (aguenta-te Twi! xD)
Esperemos que gostem! Beijocas ♥
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– O que é que se passa contigo Natasha? Estás estranha. – Constatou com uma careta muito típica dela enquanto a examinava. – Tu estás a sentir-te bem? Estás com calor?
– Eu estou bem, Bill. Já te disse que estou bem. Não olhes para mim assim com esses tiques de médico. – Riu de novo, voltando depois para o colo dele. – Sim senhor doutor sinto-me bem e não, não estou com calor.
– Já parei. – Defendeu-se, erguendo as suas mãos rapidamente, antes de a amparar no seu colo. – Toma a medicação, está ali o saquinho com o medicamento que tens de tomar. – Relembrou enquanto lhe acariciava as costas com as suas mãos grandes e magras. – Porque é que me olhas como se eu te usasse assim tanto? – Divagou após breves minutos a apreciá-la. Se Natasha soubesse o quando o loiro gostava de si, nunca pensaria nas tardes de ambos como uma simples queca de mútua satisfação.
– Eu já tomo, não te preocupes. – Apenas disse, esquecendo-se de tudo assim que sentiu as mãos dele a acariciarem-lhe as costas. Chegou mesmo a fechar os olhos na tentativa de aproveitar mais aquele momento, mas voltou a abri-los para poder encará-lo enquanto lhe respondia. – Porque é assim que tu me fazes sentir na maior parte das vezes...
– Não me posso envolver demasiado ali dentro. Nem o devíamos fazer mas é mais forte que eu! – Explicou, acariciando-lhe os cabelos. – Se descobrem que temos uma relação ali dentro, corro o risco de ficar suspenso um tempo. Contudo sabe-me bem correr esse risco contigo... – Sorriu.
– Eu sei, e eu não quero que tu sejas suspenso por minha culpa, Bill... – O tom de voz dela era carinhoso, preocupado. Mesmo assim tinha aquele seu sorriso cheio de ternura por ele admitir que gostava de tudo aquilo. – Aqui estamos a sós e não corres risco nenhum... – Murmurou, acariciando-lhe o rosto enquanto o encarava.
– Por isso mesmo é que vim, para darmos uma sem riscos. – Brincou mas com um ar falsamente sério. – Estou a brincar, não comeces já a ficar chateada. – Tranquilizou rapidamente, sorrindo por fim.
Natasha riu baixinho e corou ligeiramente, como se ouvi-lo dizer coisas daquelas fosse algo novo para ela. – Eu não estou chateada... Mas se queres dar uma sem riscos, estás à espera de quê, hmm? – Questionou num tom mais sedutor e com um ar sério, sem desviar o olhar.
– Porque não vim aqui para te comer. – Respondeu prontamente, beijando-a depois de forma calma mas profunda. – Vamos ter com os outros dois, tenho mesmo cenas a tratar aqui antes de nos irmos embora. – Pediu com um sorriso meigo.
A resposta do loiro fez com que a rapariga sorrisse novamente, e sem medos. Agradava-lhe que Bill não tivesse vindo atrás de si por querer sexo, mas sim por outras razões. Contudo, a palavra "embora" fê-la despertar dos devaneios mais estranhamente carinhosos. Ainda não fazia ideia onde raio é que ele a queria levar assim com tanta urgência e vontade. Depois de lhe assentir, saiu do colo dele e levantou-se, colocando o telemóvel na mala e ajeitando-se ao espelho. Gostava de estar sempre impecável quando saía à rua. – Estou pronta, podemos ir. – Informou, dirigindo-se depois à porta e não tardou a abri-la, saindo então com Bill.
– Ligas tu para a Agnes para ver onde eles estão? – Procurou saber, caminhando depois de encontro a ela, penteando primeiro o seu cabelo ao espelho. – Credo, está muito frio lá fora! Agasalha-te. – Recomendou de novo, ajeitando-lhe o casaco assim que ambos entraram no elevador.
– Sim, sim, eu ligo-lhe. – Retorquiu rapidamente, retirando o telemóvel da sua mala, procurando o número da amiga logo de seguida. – Eu estou bem assim, não te preocupes. Se eu tiver frio eu agarro-me a ti. – Avisou com um breve sorriso, ligando então para Agnes. Fez sinal ao loiro para não falar e aguardou que a chamada fosse atendida.
– Sim? – Atendeu Agnes num tom de voz de quem acabava de acordar com aquela chamada. Olhou em redor, vendo Tom ao seu lado com um fato de treino vestido e franziu a testa. – Que horas são?
– Oh, estavas a dormir... Peço desculpa. – Apressou-se a dizer, um pouco atrapalhada. – Não estás atrasada, ainda é cedo. Desculpa ter-te acordado... É que queria saber se vocês, hm, tu e o Tom, estavam em casa. O Bill quer falar com vocês... Ele está comigo. – Estava já à espera que Agnes ficasse admirada com o que ela tinha acabado de dizer e, provavelmente, iria começar a fazer "daquelas" perguntas, muito típicas dela.
– O Bill está cá? Veio ter contigo? – Procurou saber rapidamente, erguendo parte do seu corpo de maneira a ficar sentada sobre a cama. – Não faz mal teres-me acordado, já estava na hora. – Comentou, passando uma mão no peito de Tom e puxando-o depois para si.
– Sim... Eu também fui apanhada de surpresa. – Comentou mais baixinho, rindo no mesmo tom. – Pronto, ahm... Bem, nós estamos a sair agora do hotel, por isso daqui a pouco estamos aí, sim? Desculpa... – Sentia-se mal por ir incomodá-la, mas era Bill que queria ir falar com ambos.
– Sim venham, nós estamos em casa. – Disse sorridente, olhando para Tom no intuito de saber algo sobre aquele assunto de Bill ter vindo atrás de Natasha.
– Está bem, até já então! – Despediu-se rapidamente, desligando a chamada entretanto e seguiu com Bill para a casa de Agnes.
Tom estava a conter o riso naquele instante. Agnes já sabia que Bill estava por ali e estava na hora de falar com ela. – Bom dia. – Começou por dizer, beijando-a logo depois. – Eu já sabia... Ele ligou-me há algum bocado, mas tu estavas a dormir tão bem, que não fui capaz de te acordar.
– Está a subir de tom essa relação. – Comentou numa risada, beijando-o de forma mais profunda. – Aquele pequeno-almoço é para mim? – Questionou contra a boca do mais velho e um ar angelical como se tivesse acordado com uma fome de leoa. E de facto, tinha!
– Quando ele me ligou, perguntou logo se eu estava com ela. Ele é muito agarrado ao trabalho dele e nunca fez nada disto, portanto, não deve ser só umas quecas, deve haver algo mais. – Comentou, com uma ligeira gargalhada no fim. – Sim, é tudo para ti. Espero que seja tudo do teu agrado. Eu já comi e tinha saído para caminhar quando ele me ligou. Não fui muito longe.
– Sim o teu irmão dá ares de ser bastante profissional. – Assentiu e levantou-se com calma, vestindo uma camisa do moreno que se encontrava perdida no chão e que lhe dava um ar extremamente sensual, por ser apenas aquilo a tapar-lhe a sua nudez. – Que aspeto, estou mesmo cheia de fome. – Afirmou pegando no tabuleiro e levando-o de novo para a cama.
Tom apreciava-a sem sequer se dar ao trabalho de ser discreto. Não havia nenhuma necessidade para tal. – Espero que esteja bom. Na verdade, eu nem sequer sou bom neste tipo de coisas, nem a fazer pequeno-almoço para mim sou bom, quanto mais para impressionar... – Encolheu os ombros, rindo.
– Está divinal, mesmo divinal. – Disse de olhos arregalados enquanto comia os seus ovos mexidos com bastante gosto. – O que me dizes se formos hoje de noite ver um concerto? – Questionou em tom de convite, olhando-o enquanto levava um pedaço de manga, previamente cortada, à boca.
– Ainda bem que gostas, era essa a intenção. – O moreno sorriu e não desviou o olhar, continuando assim a observá-la enquanto ela comia. – Um concerto? E que concerto seria esse? – Agnes tinha conseguido captar - ainda mais - a sua atenção e curiosidade.
– Talvez, Chet Faker? Ele vem cá à Brixton Academy e como gostamos os dois, acho que sempre íamos descontrair um bocado. – Opinou, limpando os seus lábios ao guardanapo.
– A mim parece-me bem. Mas com uma condição... – Tom parecia demasiado sério, como se a sua condição fosse realmente algo de muito importante e preocupante. – Não podes exibir-te muito. – Pedinchou, fazendo um pequeno e adorável beicinho.
– Como assim exibir-me muito? Dito assim parece que me ofereço aos homens. – Protestou indignada, deixando a uva que ia levar à boca, cair pelo caminho.
O moreno desatou a rir à gargalhada, abanando a cabeça. – Como é que tu caíste nessa? Eu estava a brincar, Ness! Achas que eu vou agora impedir-te de te vestires como queres? Não sou desse tipo de pessoa, não te preocupes. – Ele sorriu docemente, apanhando depois a uva.
– Acho bem que nunca te importes, porque eu visto-me assim mesmo. – Avisou num tom ainda meio indignado e roubou-lhe a uva da mão. – Se todos os dias forem assim, bastam duas semanas para rebolar em vez de andar. – Riu-se.
– Não, não me importo nada. Só não posso é prometer que não darei nenhuma cacetada a quem mandar bocas e piropos. – Tom encolheu os ombros e sorriu, abanando a cabeça. Era impossível imaginá-la a "rebolar". – Não rebolas nada. Entre os pequenos-almoços e o exercício físico todo que fazemos, as calorias e as gorduritas não têm como te atacar.
– O melhor mesmo de tudo é o exercício físico. – Comentou com um sorriso matreiro, beijando-o de seguida com calma. – Como está o tempo hoje? – Procurou saber, olhando-o enquanto repunha a distância entre ambos.
– Pois, claro. Eu sei que tu és muito fã desse tipo de exercício físico. – Comentou de igual modo, fazendo uma careta depois. – Eh... Meio esquisito. Mas não está assim tanto frio como quando cá chegámos, pelo menos por enquanto.
– Ao menos isso, senão tínhamos que começar já a aquecer aqui a minha pessoa. – Disse enquanto se voltava a aproximar dele, roçando o nariz na barba longa do moreno. – Adoro esta barba, sabias?! – Comentou, passando depois os seus dedos magrinhos sobre a mesma.
– Não, não sabia... Acho que até vou deixar de fazer a barba, já que tu gostas assim tanto dela. – Tom falou num tom de voz algo sedutor, com um sorriso a condizer. – Sabes o que é que eu gosto mais em ti, Ness?
– Oh sim, não a faças, deixa-me cuidar dela. – Pediu entusiasmada, olhando-o com os seus grandes olhos, completamente radiantes. – Diz-me lá o que é.
O rapaz ficou surpreendido ao ouvir o pedido dela. Aliás, nunca tinha ouvido ninguém a dizer tal coisa. Só em filmes! – A sério? Tu queres cuidar da minha barba? – Ele sorria, mas ainda meio chocado. – Tudo. Eu gosto de absolutamente tudo em ti, Ness. – Retorquiu, de modo algo carinhoso.
– Claro que quero. Nunca pude ter essa chance, agora que tenho uma pessoa barbuda comigo eu vou querer cuidar! – Avisou com um sorriso completamente babado pelas palavras carinhosas dele. – Também gosto de tudo em ti, deixas-me às vezes com a sensação de que tens algum defeito algures que eu ainda não percebi qual. – Comentou divertida, passando-lhe a mão sobre o peito.
– Eu nunca tive ninguém que quisesse tratar da minha barba, daí o meu espanto. Mas não me importo que o faças. Há sempre uma primeira vez para tudo, não é verdade? – Ele sorriu e acariciou-lhe o rosto, beijando-a de seguida. – É normal... Eu não sou perfeito. – Comentou, encolhendo ligeiramente os ombros.
– Para mim até que tens sido. – Argumentou, agarrando no tabuleiro e indo colocá-lo de novo sobre a secretária. – Vou comprar umas cenas mesmo boas para te compor aí essa barba linda. – Guinchou, gatinhando pela cama até se sentar sobre a cintura dele. – Tom, tens que parar de me dar vontade de ser fodida por ti. – Resmungou, batendo-lhe levemente no peito com um beiço adorável.
O moreno gargalhou enquanto abanava a cabeça. – Acredita que de perfeito eu não tenho nada. E... Devo preocupar-me com a minha barba? É que dá maneira que falaste até parece que lhe vais meter flores e fazer tranças quando crescer... – Brincou. Assim que ela se sentou no seu colo, ele mostrou-lhe aquele seu típico sorriso maroto e levou as mãos às nádegas dela. – Eu não faço nada, sequer... – Comentou com um ar inocente, suspirando ao ouvir a campainha. – É experiente em aparecer quando não deve. – Resmungou na brincadeira, referindo-se ao irmão.
– É, agora que eu ia dar uma bem de surra, aparecem estes dois. – Resmungou antes de atacar os lábios do moreno com um beijo que quase lhe sugava todas as energias pela boca. – Vais lá enquanto me visto, por favor? – Pediu enquanto se levantava de cima dele sem grande vontade.
– Eu fodo-te mais logo. – Informou baixinho depois de a beijar, assentindo ao ouvir o seu pedido. – Sim, claro. Entretanto já pergunto o que é que ele quer de mim. – Riu-se, esperando que ela saísse do seu colo e de seguida levantou-se. Dali seguiu até à porta de entrada que abriu depois de verificar se era mesmo o irmão. – Olá! Entrem, entrem. – Pediu, como se fosse ele o dono da casa, e assim que eles o fizeram, Tom voltou a fechar a porta. – Então Bill, o que te traz por cá? – O moreno reparou em Natasha que estava calada e apenas lhe sorriu, recebendo um gesto semelhante em troca.
Bill soltou os dois cães e olhou o irmão, passando de seguida uma mão pela garganta. – Preciso que me venhas ajudar numa situação. – Informou de forma ponderada, olhando Natasha pelo canto do olho. Aquele assunto não poderia ser citado à frente dela! Bill e Tom desde muito cedo, foram criado os seus inimigos e muitos deles espalhados por todo o mundo. Neste caso e por incrível que fosse parecer, o loiro tinha contas a ajustar com um ex-namorado possessivo e ciumento da mais nova, que se lembrou de o incomodar há poucos meses atrás, com o intuito de o afastar de Natasha.
Natasha percebeu de imediato que estava ali a mais e suspirou. – Eu vou... À cozinha! Dar água aos cães e... E a mim. – Falou, meio atrapalhada, pegando no Pumba ao colo. – Anda Scotty! – Exclamou num tom carinhoso, seguindo depois com os cães até à cozinha.
Já o gémeo mais novo, esperou que a rapariga saísse dali e em seguida encarou o irmão novamente. – Ok, o que é que se passa?
– Então, há cerca de um mês e meio, o ex dela veio lá ao consultório com uma conversa para a deixar, tipo não percebi bem a dele. Eu tentei arranjar maneira de depois o contactar, porque ele me ameaçou e descobri que ele é daqui. Tem um ginásio no centro e chama-se Gilles qualquer merda. – Disse mostrando ao irmão o seu telemóvel de trabalho com algumas ameaças por parte do outro.
Só depois de fazer mais algumas caretas é que Tom foi capaz de reagir. – Eu pensava que mais ninguém sabia que vocês andavam envolvidos! Ele pode fazer queixa de ti, Bill! – Ralhou o mais novo ao mais velho, pegando depois no telemóvel, lendo as mensagens do tal Gilles. – A Natasha sabe disto?
– Não faz queixa porque lhe vou partir os dentes todos. – Rosnou revoltado. Suspirou levemente e passou depois uma mão pela testa. – Ele deve ter apanhado o telemóvel dela e viu qualquer merda. Ele esteve em LA para a chatear e descobriu quem eu era, foi-me chatear... – Revirou os olhos. – Vens comigo ou não? – Procurou saber.
– Bill, se fores simplesmente encontrar-te com ele e o espancares, então aí é que ele conta tudo. – Avisou, coçando a testa. – É só esse o teu plano? Ir lá ter com ele e dar-lhe uma sova?
– Vou dar-lhe uma sova mesmo. Então, mas ele diz que eu se meter os pés aqui estou morto? Não me goza esse palhaço! – Disse irritado na sua língua materna, de maneira a que Natasha não percebesse nada. – Mano a mano, tu vens comigo para distrair quem for preciso. – Explicou enquanto gesticulava com as mãos.
Tom revirou os olhos e começou também a falar em alemão. – Ela não sabe disto, pois não? Não te esqueças que se ele for um doido varrido, ainda é capaz de ir atrás dela, não de ti. Tens a morada ou qualquer coisa? Eu não tenho aqui as minhas "coisas", mas posso arranjar algo.
– Arranjei a morada na casa dela. Está aqui! – Passou-lhe um papel e olhou em volta. – Arranja aí as cenas... – Assentiu e sentou-se no sofá. – Andas a viver bem, conta-me lá como vão as coisas. – Sorriu-lhe matreiro.
– Ainda estou para saber como arranjaste a morada do gajo sem lhe contares nada. Depois se ela no futuro ficar zangada contigo, não te queixes. – Avisou, ainda falar em alemão. Tom pegou no seu telemóvel e olhou em redor também, suspirando. – O que é que tu queres que te conte? – Riu, encolhendo os ombros. – E tu, já te declaraste? É que para teres vindo a correr ter com ela e ainda quereres matar o ex dela, é porque não é só o sexo que é bom, com certeza.
– Ele não sabe com quem se meteu. Eu estava quieto no meu canto! – Reforçou com ar desconfiado. – Ela não vai ficar zangada, olha se um ex da Agnes te fosse chatear sem tu fazeres nada, não ficavas fodido? – Olhou de braços abertos, mostrando a sua indignação.
O moreno mostrou de imediato um olhar furioso. Daniel ainda era um assunto pendente e que tinha de ser tratado o mais rápido possível. – E quem te disse a ti que eu também não estou a lidar com um ex da Agnes? Aliás, eu estou é a lidar com um psicopata, o que é diferente. – Resmungou e riu cinicamente, respirando fundo depois. – E estás a pensar fazer isso quando? Quando elas forem para a reunião?
– Quando elas estiverem em reunião sim. Aproveitamos esse tempo para acabar com o gajo! – Disse de sorriso matreiro no rosto, passando os seus dedos pelo queixo como já era hábito. – Vamos comer onde? – Procurou saber.
– Eu não sei se tu estás a pensar bem nas coisas, Bill. E para que conste, eu não sou nenhum assassino. – Tom revirou os olhos e passou a mão pelo cabelo. – Sei lá se vou comer sequer. Num lado qualquer.
– Ninguém disse que és assassino simplesmente também não o vou matar. Vou afastar o bicho da minha zona! – Informou calmamente, olhando-o depois curioso.
Agnes saiu do quarto já completamente pronta e como sempre o seu outfit era de acordo com as suas medidas e gostos. – Olá Bill. – Cumprimentou, aproximando-se do loiro e dando-lhe um beijo em cada face.
Natasha regressou à sala assim que ouviu Agnes a caminhar para lá. Era impossível confundi-la com eles, uma vez que era a única a usar saltos altos ali, para além de si. Pousou Pumba no chão e desviou o olhar quando viu Bill a apreciar Agnes à descarada, mas também nada disse.
Tom esteve para lhe responder mas já não foi a tempo. Num ápice, já as duas raparigas estavam de volta e ele não ia continuar aquele assunto com elas ali. – Não sabes ser mais discreto, doutorzinho? – Resmungou ao irmão quando o viu a olhar muito para o decote de Agnes e suspirou. – Bem, diz lá o que é que queres falar com a Agnes. Se é que ainda te lembras do que era, claro.
– Estava só a pensar como consegues segurar esse avião?! – Gozou, rindo-se do irmão e puxando Natasha de seguida para si. – Não me lembro, não importa aliás. – Argumentou, depositando um beijo terno no ombro da loira.
Natasha respirou fundo e afastou-se um pouco do loiro. – Ah não importa? Pensava que tínhamos vindo aqui para falares com o teu irmão e porque querias pedir "permissão" à Agnes para me levares não sei onde. – Relembrou, pegando depois em Pumba ao colo, que lhe implorava por atenção. – Pronto fofinho, já te dou mimo. – Murmurou, mimando o cãozinho.
Tom tentou controlar o riso e mordeu o lábio. – Ah, isso não me contaste! Para onde vão? E já agora, não tens de pensar em coisa nenhuma. – Piscou o olho, sorrindo a Agnes depois.
– Ah mas eu não vim pedir, eu vim informar. – Argumentou, voltando a puxar a loira para si.
– Ah isto é assim? – Guinchou Agnes, levando as mãos à cintura. – Não sei se deixo que raptes a minha assistente. – Informou enquanto lhe apontava o dedo.
Natasha lançou um olhar sério a Bill e voltou a afastar-se. – Eu disse-lhe que não posso deixar assim o trabalho mas ele diz que não preciso de faltar... – Encolheu os ombros, olhando depois para o relógio. – Eu se calhar devia ir andando para a empresa... Tenho papelada para preparar e a sala de reuniões para organizar também...
– Sempre a mesma merda de desculpa. – Rosnou na sua língua materna, olhando para o teto exasperado.
Agnes por sua vez suspirou e aproximou-se de Natasha, segundando-lhe no rosto com cuidado. – Descansa um bocado Tash, não penses só no trabalho e vai com ele. – Sorriu e olhou depois para Pumba que se mantinha no colo da loira com um olhar ternurento. – Tu és tão fofo, meu deus. Toma conta desses dois! – Brincou, fazendo-lhe pequenas festas no focinho. – O Scott fica pode ser?
– Eu percebi isso, Bill... – Avisou, passando o pequeno Pumba para o colo do dono. – A esta reunião eu não posso faltar e tu sabes disso. Eu vou andando, até já Agnes. E peço desculpa pelo incómodo. – Assim que terminou de falar, a loira pegou na sua mala à entrada e saiu o mais depressa que pôde. Quase corria para não poder ser apanhada. Porém, ela não conseguiu chegar à empresa.
Tom suspirou ao ver aquela cena e repreendeu o irmão em silêncio, apenas com o olhar. – Claro, Ness. O Scott fica connosco! – Reforçou, sorrindo ao seu cão. – Olha, eu e o meu irmão vamos ter de resolver umas coisas daqui a bocado, por isso não vou poder estar presente nesta reunião... Não te importas?
– Não, eu ainda vou ver uns relatórios. Vocês precisam de alguma coisa? – Procurou saber enquanto abraçava a cintura do rapaz.
– Precisamos que não tires o olho da Natasha. – Adiantou-se Bill, enquanto caminhava de um lado para o outro. Por momentos aquela saída de Tash fora algo normal mas o som do seu telemóvel de serviço a tocar quase que lhe congelou o cérebro. Apressadamente retirou o aparelho do bolso e abriu a mensagem, ficando hirto com o que lia. – Tom as cenas, quero as cenas agora. – Quase gritou, caminhando para a saída do apartamento.
– Gilles... – Murmurou Agnes, olhando para Tom com um ar um pouco assustado.
Tom reagiu de imediato e foi até ao quarto, buscar as ditas "cenas". Regressou com as mesmas e antes de entregar uma que fosse ao irmão, tentou ler a mensagem. – Foda-se Bill, diz lá o que é que ele mandou! – Rosnou, olhando para o telemóvel no momento em que o irmão abriu uma mensagem. Havia uma foto explícita. Demasiado explícita. – Mas que merda...? – Tom virou-se para Agnes, ainda meio atordoado. – O cabrão está a... – Suspirou e lá entregou uma das armas ao irmão. – Temos que ir depressa.
Quando tudo parecia quase perfeito, os fantasmas do passado voltam a surgir. Natasha vê-se encurralada com um passado capaz de arruinar o seu futuro e determinado a destruir os que ama. Será capaz de controlar tudo o que a rodeia?
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