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Losin Control || 5

por Daniela C., em 13.12.16

 

Olá minhas flores!
Eu Daniela, ando um bocado desaparecida aqui na resposta aos vossos comentários mas não se preocupem que eu leio tudo.
Comecei a trabalhar agora durante mais horas e o Natal, para uma logista de loja de Gifts, é de cortar os pulsos.
A Nessie anda também sempre aqui por isso não se sintam abandonadas x'D
Espero que gostem deste capítulo, te algumas revelações e não nos matem com o fim do capítulo.
Beijinhos ♥

 

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Ele ficou ainda mais confuso e arregalou os olhos ao perceber que ela realmente não tinha percebido ai que ele se estava a referir. – Agnes, calma! – Começou por dizer, aproximando-se apenas um pouco dela. – Eu estava a falar do meu casamento, não desta viagem contigo. – Explicou, acabando por rir baixinho por causa da confusão. Abanou a cabeça e segurou uma das suas mãos, encarando-a. – Boa tentativa, mas não te livras assim tão facilmente de mim. Tens mais catorze dias para me mostrares que aquilo que disseste é verdade. – Brincou com ela, na tentativa de aligeirar um pouco o ambiente.

 

Agnes soltou um pequeno grunhido frustrado e abraçou Tom pela cintura. – Ao menos este dia já está a ser positivo ou nem por isso? – Procurou saber, acariciando-lhe o peito com a mão livre. – Quero que me digas se errar, quero que sejas sincero porque eu não vou andar a esconder-te se algo não me agradar em ti. – Informou num tom calmo e bastante fofo. Estava nervosa!

 

– Se eu pudesse ter dado cabo daquele gajo, teria sido um dia bem melhor… Mas como não o fiz… Foi um dia mediano, por assim dizer. – Retorquiu, mas com um sorriso divertido. – Então, vamos ser completamente honestos um com o outro e essas coisas todas, não é? – Questionou, novamente com aquela sua expressão divertida. – Eu estava mesmo a referir-me ao meu casamento. Para mim já não há amor nenhum há muito tempo, é como se já estivéssemos separados há meses. Mas ainda não há nada oficial. Eu quero as coisas por escrito, quero os pontos nos i’s. Eu dei-lhe a papelada e ela não se recusou a nada, nem sequer se pôs com merdas quando eu disse que ia passar uns dias fora. Mas…

 

– Mas ela é uma cabra e claro que vai meter entraves em tudo o que conseguir. – A morena revirou os olhos e coçou levemente o couro cabeludo. – Ela não presta, tenho a certeza que se ela sonha que estás comigo que vai tentar lixar-te a vida. – Comentou com um ar preocupado. – Só espero que o Daniel não tenha a brilhante ideia de andar a mexer na tua vida e fazer daquilo que não deve. – Murmurou, pousando o queixo no peito do moreno. – Vamos ser sinceros e essas merdas, acredita que sou bem brava quando me zango. Ah, e ainda nem sabes metade dos meus ofícios. – Piscou-lhe o olho.

 

– Acho que já é um bocado tarde para isso, sinceramente. Ele já disse muita coisa hoje. Tive a infelicidade de o encontrar assim que ia a sair do elevador. As portas metálicas abrem-se e eu tenho uma vista daquelas… É muito triste… – Ele fez beicinho, e riu. – Enfim, fez o típico discurso do “afasta-te dela”, etc e blá blá. – Tom encolheu os ombros e mostrou-se calmo perante tal assunto. Sinceramente, não estava nem um bocadinho preocupado com as ameaças do ex-namorado de Agnes. O elevador parou e ele fez sinal para que ela saísse primeiro, e voltaram a conversar enquanto caminhavam pelo passeio, a caminho do metro. – O que é que aconteceu entre vocês? Ele sempre foi um cabrão e só te apercebeste depois, ou…? Quero dizer, não tens de me contar nada se não quiseres. – Sorriu, olhando para ela de vez em quando enquanto andavam, antes que ainda fosse contra alguém.

 

– Foi uma relação complicada. – Começou por dizer, colocando uma das suas mãos no bolso do casaco e caminhando calmamente com ele. – Ele era perfeito ao início, conheci-o na Alemanha também mas as nossas famílias já há muitos anos que trabalham juntas. Namorámos cerca de dois anos, vivemos 6 meses juntos e foi aí que ele começou a fazer das dele. – Encolheu os ombros com um leve sorriso. – Cresci com isso, de certa forma veio mudar a minha vida por completo. – Olhou-o e soltou uma pequena risada por o ver tão atento ao que dizia.

 

– Bem, parece que há muita coisa que aconteceu entre vocês os dois… – Comentou primeiramente, com um ligeiro encolher de ombros. – Mas, o que é que são as “coisas que ele começou a fazer”, ao certo? Ele tratou-te mal ou coisa assim? Sei lá, violência física ou verbal? Ou chantagem…? – A gargalhada de Agnes foi completamente ignorada pelo moreno. Ele estava demasiado concentrado naquele assunto. Gostava de saber mais, de saber tudo aquilo que pudesse. Queria acabar com aquele traste e afastá-lo de Agnes de uma vez por todas pois, como pôde presenciar mais cedo naquele mesmo dia, ele ainda era um grande incómodo.

 

– Tudo! – Exclamou num encolher de ombros resignado. – Batia-me, chamava-me de tudo, trancava-me um dia inteiro no quarto sem acesso a comida. Tanta merda... – Suspirou ao lembrar-se de todos aqueles 6 meses que passou num desespero total. – Ainda hoje ele jura que vou pagar pela coça que lhe dei. – Sorriu irónica e um tanto enojada. – Soube-me tão bem aquela noite em que só não o matei com as minhas próprias mãos, por sorte...

 

– O quê? – Estupidamente, nos primeiros segundos Tom ainda pensou que ela estava a gozar com ele e a exagerara no que tinha acontecido entre ela e Daniel. Mas as expressões dela não enganavam ninguém e aquilo não era nem mentira nem exagero. Aquilo tinha acontecido mesmo, e o moreno mal conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir. O pior de tudo era ter a noção que aquilo que ela lhe contara era apenas uma ligeira amostra. – Que cabrão. – Deixou escapar, de maxilar e punhos cerrados, sentindo-se completamente irritado. Se soubesse disto antes de se encontrar com ele, provavelmente já o tinha espancado, ou morto.  – E era mesmo isso que ele merecia, Agnes. – Falou-lhe, bem a sério. – Como conseguiste?

 

– Não lhe faças nada. – Pediu, olhando-o profundamente nos olhos. – Ele não é assim tão forte e tu para acabares com uma pessoa não precisas de força mas de saberes o que estás a fazer. – Explicou, começando a descer a escadaria do metro. – Além do mais desde pequena que andei em artes marciais depois naquele tempo quando conseguia fugir dele, ia treinar box. Tenho tantas saudades do meu mestre. – Suspirou.

 

– Isso é algo que eu não acho que te possa prometer, Agnes. E sim, eu sei perfeitamente que isso é o necessário para acabar com alguém. A força pode ser útil, mas não é tudo. – Argumentou, bastante a sério. Como se aquele fosse um assunto sobre o qual ele sabia bastante, ou pelo menos mais do que aparentava. E talvez até fosse verdade. Acompanhou-a pelas escadas abaixo e quando era novamente seguro, voltou a olhá-la. – Tu sabes artes marciais? Uau, nunca diria! – Riu baixinho, olhando depois para o seu relógio de edição limitada, mais caro que o salário de muitas pessoas. – É isso que me faz ainda mais confusão, sinceramente... – Suspirou, observando-a.

 

– Sim, desde pequena que o meu crescimento foi muito recheado no mais diverso tipo de coisas. – Riu-se e aproximou-se com Tom, das máquinas de pagamento automáticas. Retirou a carteira da mala e do seu interior, dois cartões recarregáveis.

 

– Agnes? – Uma voz estridente ouviu-se mesmo ao lado da morena. Agnes olhou para a pessoa que a chamava e sorriu ao ver uma grande amiga sua de mãos na boca a olhá-la. – Estás linda, que saudades! – Exclamou, abraçando a mais nova de forma apertada ao que esta se riu e correspondeu ao abraço da mesma forma. – Esse teu traseiro. – Elogiou, dando uma palmada no rabo de Agnes.

 

– Tu também estás linda como sempre. – Retorquiu, olhando Melanie de alto-a-baixo enquanto gargalhava.

 

– O que andas aqui a fazer? – Melanie olhou Tom e sorriu de forma perversa, voltando-se depois para a amiga. – Já percebi o motivo desse sorriso, andas bem tratada. Daí essa forma toda... – Comentou enquanto gesticulava com as mãos a forma da parte traseira da amiga. Agnes tinha os seus fetiches, as suas loucuras e era conhecida no seu grupo de amigas por ser amante de algo que Tom ainda não descobrira.

 

– Cala-te, já estás a ser tu. Sempre a antecipar-te! – Riu-se, agarrando no braço da amiga e fazendo-lhe uns leves sinais para que esta não falasse mais sobre o assunto que poderia estar para vir. – Este é o Tom, um amigo meu e colega de 'trabalhos'. – Apresentou, sorrindo de forma perversa no fim.

 

Completamente confuso, Tom só foi capaz de ficar a sorrir e olhá-las alternadamente enquanto falavam. Estava completamente à nora e não fazia a menor ideia de quem aquela rapariga seria. Bem… Estava claro que devia ser grande amiga de Agnes, mas fora isso não a conhecia, de todo. Ainda meio baralhado, Tom aproximou-se um pouco quando a sua amiga e colega o apresentou, cumprimentando assim a tal Melanie. – Olá, muito gosto em conhecer-te! – Disse da forma mais simpática possível, olhando depois para Agnes por uns segundos. – E não, não sou namorado da sua amiga. – Informou de seguida, encarando Melanie novamente. Pelo menos foi a impressão que teve, que a rapariga tinha entendido que eles eram… Algo do género. Algo semelhante a namorados. Na cabeça de Tom, eram apenas amigos. Talvez acabassem por se envolver, mas… Ainda só se conheciam há um dia.

 

Agnes ficou como se toda ela fosse um ponto de interrogação face ao que o mais velho dissera e Melanie olhou Tom e abanou a cabeça como se o achasse maluco. – Que tu não és namorado dela isso eu percebi. Primeiro, porque eu saberia logo se ela tivesse um namorado e segundo, porque se fosses não tinhas ficado assim tão à toa com o que eu disse. Acredita que saberias do que estava a falar, se não soubesses era no mínimo estranho, mais estranho do que tu. – Explicou-se olhando Agnes por fim. – Onde é que foste desencantar isto? Agnes, what the fuck, parece um tótó no corpo de um Deus sexual brutal! – Sussurrou mas o suficientemente alto para Tom ouvir.

 

– Chegaste à hora de inconveniência. C'mon Mel, não me faças ficar mal vista. – Pediu arregalando ligeiramente os olhos como se lhe pedisse para se calar. Era um facto que Tom parecia aluado e pouco ou nada percebia de metade das conversas alheias, ou pelo menos, transparecia isso. Qualquer homem que se interessasse por perceber, tinha curiosidade naquele tema: rabos. – Vai lá à tua vida, nós temos que ir ok? – Sorriu-lhe.

 

– Escusas de correr comigo mas vá, vai lá. E vê se vens cá mais dias para irmos sair. Tenho saudades tuas! – Declarou ao que a morena sorriu abertamente e encheu a sua amiga de beijos.

 

– Sim, depois marcamos isso ok? Beijinhos. – Disse, acenando sorridente enquanto via Mel afastar-se a acenar de igual forma.

 

Como antes, Tom ficou apenas a olhar para elas sem saber ao certo o que é que se estava para ali a passar ou do que raio é que falavam. Uma coisa era certa: daquilo que captou da conversa, deixou-o no mínimo curioso. Fez um ligeiro aceno à outra rapariga quando se foi embora e de seguida olhou para Agnes, voltando a caminhar com ela. Depois de estarem acomodados no metro, voltou a olhá-la. – Há alguma coisa que eu deva saber urgentemente sobre ti? Pelo que a tua amiga disse, parece que sim… – Riu amigavelmente, mas sem querer pressioná-la a contar o que quer que fosse.

 

A rapariga encarou-o sorridente e encolheu os ombros. – Nada de muito urgente. Vais perceber, talvez! – Riu e pousou a sua mala de mão sobre o colo. – Mas se quiseres ficar atento às conversas de pessoas que me conhecem como é o caso da Melanie e da Natasha, vais perceber mais rápido. – Declarou com um olhar matreiro, ajeitando o seu cabelo naturalmente. – A Melanie simplesmente é a mais desbocada e agora pensa que és um alien. – Gargalhou, metendo-se com ele e com a sua forma aluada de estar. – Não achas boa ideia esqueceres o teu divórcio por 15 dias e curtires como se tivesses todo high no Coachella a curtir o teu fim-de-semana? – Questionou ainda de sorriso rasgado no rosto. Queria que ele descontraísse, que fosse inteiramente dela e no mínimo um típico homem da idade dele, interessado em passar um bom tempo com alguém que tencionava fazer o mesmo.

 

– Não sei se estive assim realmente atento ou não, mas deve ser um assunto algo… Sexual, no mínimo. Porque da maneira que a… – Ele ficou calado durante cerca de três segundos, enquanto tentava lembrar-se do nome da rapariga. – Melanie! Da maneira que ela falou, deu a entender que é algo relacionado com sexo. Ou algo sensual que não leve diretamente ao sexo… Não sei. Deixou-me curioso. – Confessou com um sorriso maroto, passando a língua pelos lábios cuidadosamente. Suspirou e encolheu os ombros. – É o que eu tenho estado a tentar fazer. Se não me falasses disso agora, eu já nem me lembrava que tecnicamente ainda sou, supostamente, casado. – Riu, mostrando-lhe a mão, ou melhor, os seus dedos, que estavam todos livres. Não havia qualquer tipo de aliança.

 

Agnes assentiu e agarrou na mão do moreno, puxando-o mais para ela. – É assim que estás bem. – Riu e beijou-o demoradamente. – Ela estava a referir-se a coisas sexuais sim e também não sexuais mas que tem a ver com a parte do corpo em questão. – Declarou contra a boca de Tom.

 

Depois de corresponder ao seu beijo, Tom sorria-lhe enquanto ouvia o que dizia. – Pois, bem me pareceu. Eu sei que parecia estar para lá de aluado, mas lá fui captando qualquer coisa. – Avisou, erguendo o sobrolho de seguida. – Qual? O… Como é que ela chamou? Ah, traseiro! Essa parte? – Questionou baixinho, perto dos lábios dela, mas olhando-a nos olhos.

 

– Sim, o traseiro. – Sussurrou, rindo-se contra a face de Tom. As suas bochechas ganharam um tom rosado e quente ao falar naquilo com ele, alguém com quem já se tinha envolvido mas da qual não sabia grandes coisas a seu respeito. – Temos que fazer um momento de '10 coisas sobre mim' para nos conhecermos melhor. – Desafiou carinhosa.

 

– Por mim fazemos quando tu quiseres. Até mesmo enquanto estivermos a comer, se te apetecer. Eu sei que tu estás esfomeada, e nós entretanto devemos chegar ao nosso destino, não? – Quase murmurou, por estar assim tão próximo dela. – Quando estamos juntos, o tempo passa demasiado depressa. Não concordas? Nem sequer damos conta disso. Parece que estamos a falar há dois minutos e já passou muito mais que isso. Nós fazemos pausas para umas trocas de olhares e nem nos apercebemos delas também. Não sei que raio de feitiço é esse que tu lanças. – Brincou com ela, sem desviar o olhar.

 

– Pode ser quando estivermos a comer, vamos para o jardim. – Concordou com um sorriso nos lábios ao ouvi-lo dizer aquelas coisas amorosas. – Oh, simplesmente temos uma atração muito forte. – Comentou com sinceridade.

 

– Por mim tudo bem. Sou obrigado a concordar com isso, Agnes. – Afirmou seriamente, mas com aquele seu sorriso peculiar. Aquele sorriso que a deixava algo inquieta, que a impedia de desviar o olhar e lhe secava os lábios. Só pararam de olhar um para o outro quando foi anunciada a saída deles, e lá acabaram por se levantar entretanto.

 

Tom cedeu-lhe o braço para que ela o segurasse enquanto caminhavam, e rapidamente chegaram ao restaurante que ela tinha escolhido. – Escolhe tu o nosso jantar desta vez. Eu não sou muito esquisito e não sou alérgico a nada. E como esta parece ser a tua especialidade e até estás cheia de vontade, concedo-te a honra de seres tu a escolher aquilo que vamos comer. – Brincou, fazendo-lhe sinal para fazer os pedidos.

 

– Vou escolher muitas coisas. Chaomin de gambas, galinha com amêndoas, arroz chao-chao, gambas panadas, frango frito com amêndoa e crepes de vegetais e vaca. Oh meus deus sim, quero muito! – Disparou ansiosa ao chegar ao pequeno balcão. Tudo naquela rua era conceito de quiosques de comida de rua e era mesmo disso que precisavam, comida para levar e comer noutro lado. Cumprimentou o pequeno senhor do outro lado e pediu tudo o que lhe apetecia, deixando o homem visivelmente contente por tamanho pedido e doses.

 

O moreno deixou escapar uma pequena risada, algo cómica até, ao ver todo aquele entusiasmo dela. Nunca viu ninguém tão entusiasmado por causa de comida asiática. Ou por qualquer outro tipo de comida que fosse. Ficou por perto, mostrando um pequeno sorriso ao senhor quando este o olhou e apenas esperou perto de Agnes. Na hora do pagamento, foi mais rápido que Agnes e entregou as notas suficientes que cobriam o preço dos pedidos dela. A rapariga não teve nem sequer uma pequena hipótese de impedi-lo. Pediu que ficasse com o troco e depois olhou para Agnes enquanto ele ainda tratava dos pedidos. – O que foi? É assim tão mau eu pagar-te o jantar?

 

– Não, não é mau mas já chega de pagares as coisas. – Resmungou, voltando a guardar a sua carteira na mala. – Espero que gostes do que escolhi, são os meus favoritos. – Disse como uma pequena criança mimada, batendo leves palminhas enquanto balançava o corpo em frente a Tom. – Amanhã vamos dormir até tarde ok? Odeio acordar cedo quando tenho dias livres. – Informou fazendo no fim um enorme sorriso.

 

– Não te preocupes, eu devo gostar de certeza. De qualquer das formas, daqui a pouco já te digo ao certo se gosto ou não. – Riu, não só do que disse mas também pela maneira como ela se estava a comportar. Não era grande adepto de ver adultos armados em criancinhas, mas por alguma razão que ele ainda desconhecia, ver Agnes assim fazia-o sentir-se contente. Fazia-o sorrir de verdade. Suspirou quando acordou dos seus devaneios e assentiu. – Por mim tudo bem, acho que depois de uma viagem daquelas e um dia destes, merecemos dormir até bem tarde! – Acabou por concordar, e quando o senhor lhes entregou o que tinham pedido, Tom seguiu Agnes até um parque. Depois de se acomodarem, o moreno foi começando a provar a comida, mostrando-se bastante agradado a cada dentada que dava. – Tens razão, é bom! – Comentou, numa das alturas em que estava de boca cheia.

 

– A primeira das dez coisas que tu ainda não sabes sobre mim, é claramente que eu amo comer. Comida Chinesa, Japonesa, Italiana, Alemã, comida mediterrânica e doces. – Começou por dizer, levando uma gamba panada à boca com uma cara de satisfação imensa. Agnes era amante de comida e não se importava de provar de tudo e mais alguma coisa, desde que tivesse o prazer de poder dizer que gostava verdadeiramente de algo. – Alemã não se resume só a salsichas, não penses. – Acrescentou com um sorriso matreiro. – É a tua vez. – Sorriu e colocou as pernas por cima das do moreno.

 

– Oh, que triste… Por momentos pensei que, quando te referiste a comida Alemã, estivesses a falar mesmo só de mim… – Ele mostrou um ar triste, mar logo desatou a rir à gargalhada. Bebeu um pouco antes de voltar a comer e enquanto o fazia, pensava no que lhe podia contar. Era uma espécie de primeiro encontro e naquele instante sentiu algo que nunca em toda a sua vida sentiu durante encontros: um pequeno nervosismo. Não sabia ao certo o que lhe contar. Ou melhor, o que devia ou não contar. Depois de engolir o que tinha acabado de mastigar, voltou a olhar para ela. – Coisas que não saibas sobre mim… – Murmurou, com um sorriso nervoso. – Não sei bem o que te contar, sinceramente. Posso contar algo simples como algo um bocado… Chocante. – Avisou, encolhendo os ombros.

 

Agnes engoliu o que tinha na boca e assentiu, bebendo um bocado do seu chá gelado que comprou pelo caminho. – Sim, podes contar-me tudo. Também tenho coisas chocantes para te contar, a minha vida é um bocado à filme. – Encolheu os ombros levemente e sorriu de uma forma que demonstrava totalmente que o percebia.

 

O moreno olhou-a com um ar sério e calmo, parando de comer durante um pouco. Voltou a beber, mas desta vez tomou mais do que da última vez. Talvez fosse melhor começar pelas coisas piores, já que iam ser extremamente sinceros e honestos um com o outro. – Eu já matei uma pessoa. – Confessou, encarando-a. Aquele devia ser, provavelmente, o maior segredo que Tom guardava consigo e, obviamente, com o seu irmão. E o advogado, claro. Não foi capaz de desviar o seu olhar do dela, e ficou à espera de uma reação dela. Mas Agnes estava estática. Não se mexia, não falava, não reagia de forma alguma. E ele arrependeu-se do que tinha acabado de contar, de tal forma que teve até vontade de cavar um buraco para se enterrar.

 

publicado às 14:30
editado por ivy hurst a 27/4/17 às 15:39


1 comentário

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De TheOtherSide a 19.12.2016 às 20:38

Oláaaa, sorry a demora.
O Daniel é do pior que existe, tadinha da Agnes pelo que sofreu -.-
Hum, e que segredo será que a Agnes e a amiga escondem?? Tou super curiosa com tudo..
Continuem rápido, please please *.*
Beijinhos <3 <3

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Quando tudo parecia quase perfeito, os fantasmas do passado voltam a surgir. Natasha vê-se encurralada com um passado capaz de arruinar o seu futuro e determinado a destruir os que ama. Será capaz de controlar tudo o que a rodeia?


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